quarta-feira, 29 de julho de 2009

Artigo Hélen

ARQUITETURA CONTEMPORÂNEA: CORRENTES ARQUITETÔNICAS E ELEMENTOS CARACTERIZADORES

Na década de 20 ocorreu uma grande transformação na arquitetura com o surgimento do movimento moderno. A arquitetura proposta nessa época era marcada pela quebra de precedentes com todos os estilos arquitetônicos anteriores e era funcionalista e organicista. Após um tempo, porém, a população começou a demonstrar uma grande insatisfação com a arquitetura que estava sendo feita, pois esta não tinha uma identidade. Pode-se apontar a demolição do conjunto habitacional Pritt Igoe, nos Estados Unidos, em 1972 como o símbolo da transformação que ocorreu na arquitetura nessa época.
A partir da década de 70 surge, então, a arquitetura contemporânea, que busca novamente essa identidade que as pessoas necessitam para se adequarem ao espaço onde vivem e transformá-lo em seu lugar. Podemos identificar nessa arquitetura diversas correntes, algumas delas derivadas da arquitetura moderna, outras lúdico formalistas e outras, ainda, relacionadas a princípios de sustentabilidade.
Os primeiros exemplares desse novo movimento arquitetônico são formalmente ainda muito ligados ao modernismo, mas começam a utilizar cores, texturas, figuras geométricas e regras de composição. A corrente do neo-racionalismo, que é derivada da arquitetura moderna, ilustra bem esta fase de transição arquitetônica que ocorre. Nesse grupo estão também as correntes High Tech, que segue as possibilidades atuais e é muito vinculada ao futuro, Estruturalismo, que é uma arquitetura de partes pequenas onde existe disciplina geométrica e um ordenamento hierarquizado, e Neo-organicismo, que é bastante fluido e baseado em formas da natureza, o que transforma as edificações em objetos únicos.
No grupo das correntes lúdico formalistas encontra-se o Neo-ecletismo, o Neo-expressionismo, o Desconstrutivismo e a Lúdica. O Neo-ecletismo adota os estilos como uma temática, e, assim como o Desconstrutivismo, que apresenta uma aparente falta de equilíbrio, é uma colagem de partes. A corrente neo-expressionista, ao contrário, é um livre experimento que, através de subtrações e adições de muitos andares, cria prédios escultóricos que são, em geral, sóbrios e pesados.
Considerando os princípios de sustentabilidade, que admitem um mínimo de intervenções, economia de energia e compromisso entre gerações, temos as correntes do Empirismo, em que os moradores (comunidade) participam do projeto, o Regionalismo, que é mais tradicional e tem efeito emocional e identidade com o entorno, e a Revitalização, que mistura o novo com o velho.
Uma das principais buscas da arquitetura contemporânea era a identidade dos edifícios e um dos artifícios utilizados para isso é a marcação de topo e base, que rompe com a forma pura, criando uma marcação diferenciada dos demais pavimentos e marcando o acesso da edificação, tendo um efeito de acabamento. Além desse, outros elementos caracterizam a arquitetura contemporânea, como o tratamento das superfícies através do uso de cores não saturadas, texturas e diferentes tipos de esquadrias, ao contrário da arquitetura moderna em que se utilizava apenas branco e cinza, sem texturas e as esquadrias eram grandes rasgos nas fachadas, marcando a horizontalidade das formas.
Para romper com essa marcação da horizontalidade, começa-se a utilizar, também, a ambigüidade entre horizontal e vertical, pois na contemporaneidade não é utilizada claramente essa marcação; horizontal e vertical se misturam. Além disso, sacadas e reservatórios passam a receber tratamento especial, pois fazem parte da volumetria principal. Outro recurso também utilizado na arquitetura moderna, que pode inclusive fazer com que o edifício tenha relação maior com o entorno, é a citação, onde se usa elementos de outra obra arquitetônica existente. Empenas e platibandas são outros elementos que requerem tratamento especial, para que se tornem mais agradáveis aos usuários e auxiliem na busca da arquitetura contemporânea de ser cenário, de servir de fundo para o não construído. Nessa busca, outra característica que pode auxiliar é a arquitetura virtual, em que elementos fazem parte apenas da composição, sem ter nenhuma função.
Assim, pode-se concluir que a arquitetura contemporânea é muito mais permissiva que a arquitetura moderna e tem mais preocupação com as sensações que irá causar nos usuários. É experimentalista e não tem a pretensão de ser duradoura, mas preocupa-se com em criar uma identidade, utilizando para isso vários elementos que a caracterizam. Essa arquitetura divide-se em várias correntes, mas em todas elas podem-se encontrar os mesmos objetivos, de não romper com o passado e propor uma interação com o observador.

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