quarta-feira, 29 de julho de 2009

Artigo Martha

Arquitetura Contemporânea no Brasil
As cidades européias foram praticamente destruídas durante a Segunda Guerra Mundial, quando a guerra acabou, em 1945, elas precisaram ser reconstruídas. Os arquitetos que iniciaram esse processo acreditavam que o estilo moderno estava desgastado, e encontraram na Europa o espaço perfeito para aplicar suas idéias. Entretanto o resultado na agradou a população como os arquitetos esperavam, o povo queria uma cidade como tinha antes. Essa desaprovação esfriou os ânimos dos arquitetos, e só a partir da década de 70 tornou-se perceptível uma produção de arquitetura contemporânea ao redor do mundo.
Da década de 30 até a inauguração de Brasília em 1960, a produção arquitetônica no Brasil era baseada nos conceitos da arquitetura moderna. Durante a década de 60, ocorria no Brasil ditadura militar, a repressão animou a discussão a respeito da política, e praticamente não houve discussão acerca de arquitetura. O êxito que se obteve com a arquitetura moderna no Brasil também contribuiu para que essa continuasse a nortear os projetos e os ensinos de arquitetura, enquanto no resto do mundo uma nova forma de projetar fosse se desenvolvendo.
O pós-moderno que, começou a parecer no final da década de 70, não é um estilo, mas um grupo de correntes arquitetônicas, algumas delas se inspiram na arquitetura moderna, como o neo-racionalismo, que usa figuras geométricas puras, regras de composição, começa a aplicar os conceitos de topo e base, e a usar a cor, na maior parte das vezes saturadas. Ao contrario destes existem os “arquitetos brancos”, que estudam e valorizam a forma, mas ao construir utilizam apenas a cor branca.
Outro estilo baseado no moderno é o hight-tech, que usa as mesmas formas puras do moderno, e que procura expressar a máxima tecnologia possível, buscando até mesmo na forma parecer ser do futuro. Os neo-organicistas trazem em geral a estrutura aparente, pois elas em geral se inspiram em esqueletos de animais, ou em outras formas da natureza, em geral o projeto torna-se um objeto único.
Além das correntes que se inspiram no movimento moderno, existem as correntes lúdico-formalistas, como o neo-expressionismo, que quer transmitir emoção, e para isso se inspira nas demais artes, cria formas pesadas e robustas, adepto ao livre experimento, gera obras escultóricas e individualistas, que não interagem com o entorno. O estilo de construtivista, também gera prédios escultóricos que não interagem com o entorno, como o nome disse, desconstroem a forma, e mostram uma falta de equilibro aparente. A arquitetura lúdica é outro estilo que busca brincar com o observador, propõe um jogo, uma interação.
O neo-ecletismo, apesar de ser lúdico-formalista, é bastante diferente, acontece 100 anos depois do ecletismo, e reúne elementos da história da arquitetura, parece uma colagem e mistura intencional de estilos.
Por fim existem as correntes que se aproximam do paradigma de sustentabilidade, como o empirismo, um estilo no qual os moradores participam do projeto, é um trabalho feito com comunidades, gera um espaço melhor para o usuário e as gerações futuras, pois é baseada na experiência. Existe também o regionalismo, um estilo baseado na tradição, um estilo próprio do local, ele é convencional, modesto, discreto, mas provoca um efeito emocional, pois capta o capta o espírito do lugar. Esses dois estilos são considerados sustentáveis, não pelos aspectos ecológicos, mas sim pelo social e cultural.
Mas existe a arquitetura sustentável em si, que possui várias dimensões: ambiental, econômica, social, espacial, cultural, política, técnica construtiva, sensorial, espiritual... Ela busca utilizar menos materiais, sistemas de energia mais eficientes e menos poluentes, sistemas de coleta e tratamento de água. São tantos aspectos, e objetivos desse tipo de arquitetura, que até mesmo os arquitetos e estudiosos do assunto encontram dificuldade em defini-lo.
A dificuldade de definição não está presente apenas na arquitetura sustentável, a realidade e que estudar e definir um processo que ainda não terminou, é algo bastante complicado, como foi dito no começo do texto, o pós moderno ainda pode ser entendido como um conjunto de estilos diferentes, é possível que quando esse período estiver completado o processo de início meio e fim, ele seja interpretado e classificado de uma forma diferente.
No momento podemos classificá-lo assim, e traçar algumas a características comuns, a arquitetura contemporânea como um todo interage com o usuário, por exemplo, busca transmitir emoções, é lúdica. Incorpora diferentes elementos como: topo e base como o nome já diz uma marcação diferenciada dos demais pavimentos, que pode marcar o acesso, é baseado na arquitetura do passado, produz efeitos de acabamento, rompe com a forma pura e dá identidade ao prédio; elementos que já mais seriam admitidos no modernismo, são inseridos para criar efeitos compositivos, efeitos de cenário; tratamento de superfícies, través de, cores, texturas, diferentes materiais para acabamento; tratamento de reservatórios, uso do reservatório para compor a forma; tratamento de sacadas, agora elas fazem parte do prédio, é agregada ao volume; a elementos inclusores, várias formas que formam uma única, não se sabe qual o volume principal.
Mas a arquitetura contemporânea é mais do que uma união de elementos, é uma arquitetura que reflete a sociedade atual, pois da mesma forma que a população faz uso da globalização e da tecnologia, para cada vez mais diminuir as fronteiras e se tornar uma só, um único padrão, a arquitetura que obtemos hoje é assim também, internacional, sem analisar o entorno não podemos afirmar se uma obra foi construída em Tókio, em Nova York, ou em São Paulo.
A arquitetura contemporânea também não possui aquela rigidez da arquitetura moderna, ela é livre, e se inspira no passado, e não faz questão de esconder, ao contrário muitas vezes mostra isso através de citações de obras, readaptando certos elementos. E por fim também se contrapondo aos modernistas, os arquitetos contemporâneos reconhecem que estão produzindo um estilo que será passageiro, e no fim desse período existirá outro, que se expressará de outra forma. Por hora resta refletir como desejamos que seja o estilo contemporâneo e contribuir para que ele tenha essas características.

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